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Vereadores de Camaçari manifestam

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“O discurso raivoso e criminoso do parlamentar está em total desacordo com o compromisso que o agente público tem ao assumir um mandato e, para além disso, representa um pensamento desumano por compactuar com uma situação análogo à escravidão vivida por baianos em vinícolas gaúchas. A Câmara de Camaçari não aceita e manifesta aqui firmemente seu amplo repúdio às declarações, solicitando que o mesmo seja responsabilizado pelas ilegalidades cometidas”

Os vereadores da Câmara de Camaçari manifestaram repúdio às declarações xenofóbicas e discriminatórias feitas pelo vereador Sandro Fantinel (Patriota-RS), da cidade de Caxias do Sul, estado do Rio Grande do Sul. Em discurso na Câmara Municipal, Fantinel afirmou ter pedido aos produtores e empresários para que “não contratem mais aquela gente lá de cima”, e disse ainda que “a única cultura que eles têm é tocar tambor na praia”, fazendo alusão aos baianos.

A declaração foi feita em referência ao resgate dos trabalhadores baianos encontrados em situação análoga à escravidão, em vinícolas na cidade de Bento Gonçalves. O posicionamento dos parlamentares de Camaçari contra as falas foi oficializado através da aprovação da Moção de Repúdio Nº001/2023, apresentada pelo vereador Niltinho (PSDB), durante a 1ª Sessão Ordinária da Casa, realizada nesta quinta-feira (02/03). Grande parte dos parlamentares camaçarienses usou a tribuna para manifestar apoio à Moção de Repúdio e rebater as declarações do vereador gaúcho.

O vereador Niltinho (PSDB) afirmou que o parlamentar precisa respeitar os baianos. “A Bahia é o berço do Brasil, não podemos permitir que essas declarações saiam impunes. Vamos exigir que ele seja responsabilizado, expulso do partido e que seu mandato seja cassado, pois o comportamento não condiz com o que se exige de um agente político. A Bahia é formada por trabalhadores que dão seu suor para construir uma vida com dignidade”, defendeu.

O vereador Dentinho do Sindicato (PT), afirmou que o parlamentar gaúcho não conhece o povo baiano. “Esse vereador não conhece o nosso povo. Como representante de sindicato e dos trabalhadores, repudio as declarações e afirmo que é preciso defender o nosso povo baiano que é digno e trabalhador”, pontuou.

Na mesma linha, o vereador Tagner (PT) ressaltou que o discurso foi truculento e que é preciso agir contra esse tipo de situação. “Temos aí duas situações. Uma que se refere ao trabalho análogo à escravidão que podemos combater de maneira simples, que é deixando de comprar produtos produzidos por essas empresas que cometeram essas ilegalidades. Além disso, há um ato de xenofobia que aqui repudiamos firmemente, pois sabemos que as declarações não condizem com a realidade que vemos todos os dias no nosso estado, que tem um povo que trabalha incessantemente e que não perde a alegria”, declarou.

Em nota oficial, a Câmara de Camaçari afirmou que o discurso de ódio está em desacordo com os pilares fundamentais de uma sociedade justa e democrática e que as falas não condizem com o perfil da população baiana, que demonstra durante toda a sua existência que o estado é formado por um povo trabalhador, firme e comprometido com o crescimento e desenvolvimento do país, contribuindo de maneira direta para os avanços de toda a sociedade brasileira.

“O discurso raivoso e criminoso do parlamentar está em total desacordo com o compromisso que o agente público tem ao assumir um mandato e, para além disso, representa um pensamento desumano por compactuar com uma situação análogo à escravidão vivida por baianos em vinícolas gaúchas. A Câmara de Camaçari não aceita e manifesta aqui firmemente seu amplo repúdio às declarações, solicitando que o mesmo seja responsabilizado pelas ilegalidades cometidas”, declarou o presidente da Câmara, vereador Flávio Matos (União).