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Dupla confessa participação na morte do cantor e compositor Felipe Yves

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 Andrei Jesus dos Santos, o Lacoste, 22 anos,  e um adolescente de 17 anos foram presos ontem  suspeitos de envolvimento na morte do cantor e compositor Felipe Yves Magalhães, 21 anos, brutalmente assassinado na última segunda-feira. Eles confessaram participação no crime.
Andrei, segundo a polícia, confessou participação no crime
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Segundo
a Polícia Civil, os dois suspeitos moram em Cajazeiras, bairro próximo
 a Boca da Mata, onde o corpo da vítima foi encontrado, e estavam em
casa quando foram presos. Os policiais encontraram com o adolescente um
revólver, calibre 38, que foi encaminhado ao Departamento de Polícia
Técnica (DPT), para ser periciado. Os investigadores querem saber se a
arma apreendida foi a mesma utilizada para matar Felipe Yves.
Os
dois jovens foram ouvidos no Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do caso, na tarde de ontem.
O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado. Depois de serem
interrogados, o adolescente foi encaminhado à Delegacia do Adolescente
Infrator (DAI) e Andrei ficará custodiado no Complexo Policial da Baixa
do Fiscal. A polícia já fez o pedido de prisão preventiva dele à
Justiça. 
Os investigadores ainda procuram por outro
homem que teria participado do crime. Ele foi identificado como Ueslei
Silva Sarinho, o Helis, 22. O suspeito tem mandado de prisão em aberto
por tráfico de drogas e a polícia pediu mais um mandado contra ele,
desta vez, pela morte do compositor Felipe Yves.
Resultado de imagem para ueslei silva correio 24 horasCrimeO
crime ocorreu na comunidade da Independência, localidade onde o tráfico
de drogas é dominado pelo traficante Helis, líder no bairro da facção
criminosa Bonde do Maluco (BDM). Fontes ligadas à polícia disseram que
as buscas pelo suspeito estão concentradas na Região Metropolitana,
principalmente em Camaçari, Simões Filho e Dias d’Ávila, onde unidades
da polícia locais já foram acionadas.
A
região onde o corpo de Felipe foi encontrado tem diversas pichações em
muros com as iniciais da facção BDM. As informações que chegaram ao
Serviço de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP)
dão conta de que Helis fugiu da região de Cajazeiras logo depois de ter
matado o compositor. 
Testemunhas contaram logo após o crime que,
no passado, um primo de Felipe matou alguém ligado ao grupo de Helis.
“Ele jurou vingança. Ontem (anteontem), ele mandou fotos do corpo de
Felipe para esse primo dele dizendo: ‘Olha aqui o que eu acabei de fazer
com o seu primo’”, afirmou o morador, em sigilo.
VersõesExistem
duas versões para o crime. Segundo a polícia, Felipe estava a caminho
da casa de uma amiga quando foi abordado por homens armados. Ele teria
dito que era primo de um traficante, mas o bandido pertencia a um grupo
rival daqueles que o abordaram e, por isso, foi morto.
Familiares do compositor, no entanto,
disseram que Felipe estava na Boca da Mata na casa do pai – numa região
chamada de Prédios Velhos – quando recebeu uma ligação de um homem que
seria empresário marcando um encontro na Rótula da Feirinha, em
Cajazeiras 10. Ele estaria a caminho desse encontro quando foi abordado.
O corpo de Felipe foi encontrado no dia seguinte semidegolado e baleado
no braço, em um matagal na mesma comunidade. 
Em nota, a Polícia Militar informou que no
dia do crime uma guarnição da 3ª Companhia Independente da PM (CIPM/
Cajazeiras) esteve no local, mas o corpo de Felipe já havia sido
recolhido. Eles realizaram rondas na região, mas ninguém foi preso.   
O corpo de Felipe foi sepultado na tarde de
anteontem, no cemitério Parque Bosque da Paz, na Estrada Velha do
Aeroporto. Cerca de 200 pessoas assistiram à cerimônia. Muito abalada, a
família não quis comentar o caso. Alguns músicos, amigos do compositor,
foram vestidos com camisas pretas e pediram por justiça. 
O músico e produtor Douglas Carvalho, 24,
conheceu Felipe quando ele ainda era uma criança. Ele contou no dia do
enterro que o amigo começou a compor músicas com 13 anos, na mesma época
em que começou a tocar cavaquinho. Desde então, ele não parou mais de
escrever.
“Ele
sempre passou por muita dificuldade para divulgar o trabalho dele.
Lembro de algumas vezes em que ele não tinha tênis ou uma roupa para ir
no show de algum artista que ia cantar a música dele ou para fazer
alguma participação especial. Muitas vezes a gente pediu ajuda para
conseguir a gasolina para ir nesses eventos. A gente estava sempre
junto. A vida dele sempre foi uma luta”, afirmou.